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O anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia, antes do próprio despertar da inteligência, e Deus a chamou de Estrela da Manhã..
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“Gloria, pois ao Pai que sepultou o exército de Faraó no Mar Vermelho!
Glória ao Filho que rasgou o véu do templo e cuja pesadíssima cruz, posta sobre a coroa dos césares lançou por terra a fronte dos césares!
Glória ao Espírito Santo, que deve varrer da Terra com seu sopro terrível todos os ladrões e todos os algozes, para dar lugar ao banquete dos filhos de Deus!
Glória ao Espírito Santo, que prometeu a conquista da Terra e do Céu ao anjo da liberdade.”
O anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia, antes do próprio despertar da inteligência, e Deus a chamou de Estrela da Manhã.
Ó Lúcifer! Tu te separaste voluntária e desdenhosamente do céu onde o sol de afogava em sua claridade, para sugar com teus próprios raios os campos incultos da noite.
Tu brilhas quando o sol se deita, e teu olhar cintilante precede o despertar do dia.
Tu cais para subir de novo; experimenta a morte para melhor conhecer a vida.
Tu és a gloria dos antigos do mundo, a estrela da tarde para a verdade, a bela Estrela da Manhã.
A liberdade não é a licença; pois a licença é a tirania.
A liberdade é a guarda do dever, porque revindica o direito.
Lúcifer de quem as idades de treva fizeram o gênio do mal, será verdadeiramente o anjo da Luz, quando tendo conquistado a liberdade a preço de reprovação, fazer uso dela para se submeter à ordem eterna, inaugurando assim a glória da obediência voluntária.
O direito é somente a raiz do dever, é preciso, pois para dar.
Ora, eis como uma alta e profunda poesia explica a queda dos anjos.
Deus dera aos espíritos a luz e a vida, depois disse-lhes: -Amai.
Que é amar? Responderam os espíritos.
Amar é dar-se aos outros, respondeu Deus, Os que amarem, sofrerão, mas serão amados.
-Temos o direito de nada darmos e nada querermos sofrer, disseram os espíritos inimigos do amor.
Ficai no vosso direito, respondeu Deus, e separemo-nos. Eu e os meus queremos sofrer e até morrer para amar. É nosso dever!
O anjo decaído é, pois aquele, que desde o princípio recusou amar; ele não ama e é todo o seu suplico; ele não dá, e é sua miséria; ele não sofre, e é seu vazio; ele não morre e é o seu exílio.
O anjo decaído não é Lúcifer, o portador da Luz; é Satã, o profanador do amor.
Ser rico é dar; nada dar é ser pobre; viver é amar, nada mar é ser morto; ser feliz é devotar-se; existir só para si é reprovar a si próprio e se enclausurar no inferno.
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