(Repostado de: http://ebraelshaddai.dihitt.com.br/noticia/essencialmente-nus)
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“Nu, todo ser humano é igual! Se está vestido, as roupas andam sozinhas,
pois o ser humano é abduzido pela maré de ilusões…”
Para além das aparências e dos muros-máscara de nossas personalidades forjadas e alienadas, descortina-se o quê? Apenas, a máscara que resguarda os fundilhos de outra máscara…
Nesse baile interminável e burlesco de Arlequins e Pierrots em que se tornou a realidade (??) de nossas sociedades (quão deploráveis elas são!), a impressão que me fica é que, mesmo retirando toda a maquilagem com cuidado exemplar e caridoso, ainda nos arderiam os olhos da Consciência.
Nu, todo ser humano é igual! Se está vestido, as roupas andam sozinhas, pois o ser humano é abduzido pela maré de ilusões…
A nudez (transparência) é essencial para os sentimentos destituídos de adereços, como Amor-Eros (Paixão), Amor-Philia (Amizade) e Amor-Agapê (Amor, Caridade). Os adereços, disfarces, máscaras, tapa-isso e tapa-aquilo, são usados só para o que é vergonhoso (vaidade, luxúria, soberba, orgulho, etc.).
E porque o Amor nasceu na nudez? O próprio Amor precisa ser nu pois que não admite meio-termo: ou ama-se totalmente e nos entregamos corajosamente, ou a decepção com nossa própria covardia nos tece uma folha de parreira para cobrir nossa ignóbil fraqueza moral, nossa falta de fé, nossa caridade desdentada que não sorri aos que vem nos mendigar um pouco de afeto.
A incapacidade de nos entregarmos totalmente ao Amor ao próximo, e a quem se oferece gratuitamente a nós, é comparável ao medo da morte: é temer a perda de algo que não nos pertence. Ora, o Amor é uma energia. Ele não nasce no ser humano, mas o perpassa como eletricidade. Somos apenas interruptores cujas chaves devem permanecer abertas para que a Luz chegue a todos.
Tal como os frutos do Amor humano nascem nus, nossos filhos, nossa personalidade deve ser límpida de toda desculpa esfarrapada para não agirmos para o bem. Como eu disse, as vestes pseudo-moralistas apenas abafam nossa Luz interna, são as mentiras que pregamos em nós mesmos para não olharmos para cima e não vislumbrarmos a essência das coisas que são puras. Não olhamos acima de nós porque nos envergonhamos, porque não nos acreditamos mais como frutos do Amor, senão do acaso biológico.
Coitados de nós quando o baile acabar e termos de deixar cair as grossas camadas de máscaras! Ou pior, quando nos arrancarem-nas como se fôramos fugitivos da Vida, Adão e Eva, perdidos no Paraíso, com suas genitálias de desejos infindos expostas ao vento do cair da tarde.
Ebrael Shaddai, FRC.
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