Posso parecer, por vezes, ora idealista, ora saudosista. Tanto naquele caso como neste, a Razão acaba cedendo ao mito, ao sonho, ao desejo de que as coisas voltem, por um passe de mágica, a ser como eram outrora. Logicamente, as coisas, como eram, deviam a uma certa conjuntura de fatores sua razão de ser que jamais se repetirá. À época em que algumas coisas valiam, havia uma identidade que representava certos ideais. Essa identidade, junto com seus ideais, foi sufocada por um rolo compressor ideológico que matou parte da alma da maior parte das pessoas, mesmo do povo brasileiro.
Os casamentos voltarão a ter sua sacralidade reconhecida ou verterão seus restos ladeira abaixo de uma vez por todas? A educação de nossos filhos retornará ao idílico sonho clássico ou estará sujeita a ditames psicóticos de uma ideologia assassina, travestida com os trapos da “justiça social”?? Se havia hipocrisia nos tempos do Império quanto ao ideal da educação da elite, hoje tal hipocrisia se manifesta nas promessas de uma formação integral para os menos favorecidos, porém não espelhando-se no que havia de bom, mas na impraticável convivência de princípios imorais com o objetivo do desenvolvimento educacional.

Para exemplificar o dito acima, transcrevo, a seguir, um trecho da aula inaugural do Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, também chamado, à época do Império, deImperial Collegio. Tal pronunciamento fora proferido pelo Ministro de Governo imperial na época da Regência de Araújo Lima – a saber, Bernardo Pereira de Vasconcelos – aos 2 de dezembro de 1837, data do aniversário de D. Pedro II.
“Nenhum cálculo de interesse pecuniário, nenhum motivo menos nobre e menos patriótico, que o desejo de boa educação da mocidade e do estabelecimento de proveitosos estudos, influiu na deliberação do Governo. Revela, pois, ser fiel a este princípio: manter e unicamente adotar os bons métodos; resistir a inovações que não tenham a sanção do tempo e o abono de felizes resultados; prescrever e fazer abortar todas as espertezas de especuladores astutos, que ilaqueam a credulidade dos pais de família com promessas de fáceis, e rápidos processos na educação de seus filhos; e repelir os charlatães que aspiram à celebridade, inculcando princípios e métodos que a razão desconhece, e, muitas vezes, assustada, reprova. Que importa que a severidade de nossa disciplina, que a prudência e a salutar lenteza com que procedemos nas reformas, afastem do Colégio muitos alunos? O tempo, que é sempre o condutor da verdade e o destruidor da impostura, fará conhecer o seu erro. O Governo só fita a mais perfeita educação da mocidade: ele deixa (com não pequeno pesar) as novidades e a celebridade aos especuladores, que fazem do ensino da mocidade um tráfico mercantil, e que nada interessam na moral e na felicidade de seus alunos. Ao Governo só cabe semear para colher no futuro.”
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Conseguem perceber as diferenças entre o discurso do Governo Imperial e o da Dona Dilma Petralha? Não somente no discurso, mas também nos efeitos do mesmo. Não à toa, ainda hoje o Colégio Pedro II é considerado referência na educação clássica e de qualidade, técnica e universitária, em âmbito internacional.
Hoje, o que vemos? O Governo não se preocupa mais com a rigidez na aprovação de alunos ou com seu aperfeiçoamento. Não quer mais saber de alunos egressos com gabarito e qualidade técnica, moral e pessoal. Querem saber apenas em liberar vagas para os próximos pobres coitados que picharão as paredes das salas de aula, espancarão professores e defecarão pelos corredores com o beneplácito diabólico do Estatuto da Criança e do Adolescente, criação de uma esquerda light (PSDB), apoiada por fundações internacionais (McArthur e Ford) e potecializada pelo Governo imoral do PT³ (Partido dos Traidores, Trambiqueiros e Tarados).
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Local do primeiro Campus do Colégio Pedro II, situado à Av. Pres. Marechal Floriano, no Centro Histórico do Rio de Janeiro, RJ. Exibir mapa ampliado
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Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Pedro_II
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