Não! Não é estar sozinho o mais desagradável em certos momentos de nossas Vidas. Estar sozinho é uma constante, depois que caem os véus da ilusão dessa tal utopia comunitária humana. O mais desagradável é procurar e não achar quem a gente mais queria, no fundo, que estivesse um pouco mais próximo enquanto o tempo corre cada vez mais faminto sobre nossas carcaças.
Os seres humanos, no princípio das eras, se amontoavam para se aquecerem uns aos outros durante as noites dos rigorosos invernos, se alinhavam estrategicamente atrás dos arbustos para abaterem algum animal (pertencente a uma outra espécie), se reuniam para celebrarem a Primavera e catarem piolhos das crias. Hoje, tendo conseguido casa, roupa, comida e televisão com tela LCD, veem que a conveniência não é mais objetivo do “pacto” comunitário, seja entre pares de machos e fêmeas, seja nos grupos maiores. Tendo se estabelecido, não tendo mais o que satisfazer em suas necessidades básicas, se isolam pela falta de novidades, como se a vida tivesse que ser uma tal sucessão de novelas com capítulos diferentes, excitantes e cheios de atos heroicos.
Ao caírem as ilusões dos mares de rosas, a culpa começa a ser arrojada a todas as direções. Que culpa? Aquela referente aos nossos sonhos apodrecidos, de nosso progresso que não veio, do carro que a moça da loteria ainda não veio entregar na porta de nossa casa, não obstante o amontoado de assuntos mais urgentes para serem tratados. A aridez do pacto de conveniências se torna óbvia ali, no momento em que um vai para a sala assistir novelas purpurinadas e cheias de gente de sucesso, interrompidas por comerciais de carros do ano que ainda não chegou, enquanto outro vai para o quarto fazer sabe-se lá o quê. Talvez, o outro vai escrever bobagens como essas que vocês estão lendo, não é mesmo?
À hora morta, aquele silêncio frustrante, um beijo de boa noite, cada vez mais automático, e um cigarro fumado pela metade. Cada um consigo mesmo e Deus. Cada um consigo mesmo. Cada um. Um.
ADOREI! FICO BOBA COMO PODE SER TÃO INTENSO E TÃO SENSÍVEL. COMO PODE? COMO? COM…
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Obrigado, Leila! Fico contente (ao menos) por ter agradado.
Um abração! 😀
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Este é o momento somente seu e de Deus. Aproveite!!!
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Obrigado, Marina!
Aproveito sim, sempre vigilantes, de olhos bem abertos.
Um abraço e boa semana para você! 😀
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