— Bom dia, Sol! – diz certa flor
Ao seu provedor iluminado,
Com olhos ao Céu tornado,
Pintado à mão, em única cor.
– Enquanto move-me o teu calor,
Meu Rei-Sol, és informado
De quão natural é este Amor
Por meu Senhor e meu amado.
— Mas, é o Sol por ti mirado,
Ou é o Sol esse que sou?
De flores te terei ornado
Dos jardins por onde vou.
Nem um deles sequer secou,
Pois o Sol te há brilhado
Pela Via em que me achou
Aquela pela qual sou amado.
Seguem ambos, lado a lado,
Em meio a tantos girassóis.
Par em perfeito bailado;
Do gramado, seus lençóis.
Desde o solo, assim, decorado,
Entoam vivas alguns caracóis,
Que fazem coro, a uma voz,
À voz da que me tem amado.
Registro, aqui, o chamado
Daqueles milhões de sóis
Que invejam nossos girassóis,
Por terem estes mais brilhado
Quanto mais se têm amado.
(Ebrael S., 12 de outubro de 2016.)
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