Pouco diversificada, a rede brasileira de transportes depende, quase exclusivamente, do transporte rodoviário para a circulação de mercadorias. Através das rodovias, escoa-se a produção para os portos, para ser exportada; abastece-se cidades e estados com combustíveis, remédios, insumos e bens. E. eis que, diante dos absurdos suportados pelos caminhoneiros, um levante destes ameaça parar o Brasil e põe, mais uma vez, o Governo em xeque.
Milhões de brasileiros, no momento em que esta matéria é editada, enfrentam filas para abastecer seus veículos, pagando preços exorbitantes devido à escassez, frente à intensa procura. Isso ocorre pelo desabastecimento, já que postos recebem o combustível que vendem por caminhões dirigidos por seres humanos, estes em greve. No entanto, espera-se que ônibus urbanos deixem de circular, quando a redução de horários não surtir mais efeito. Remédios deixarão de chegar às farmácias, unidades básicas de Saúde e hospitais. Alimentos poderão sumir, em questão de horas, das prateleiras dos supermercados.
Não podemos, simplesmente, alegar que a liderança dos caminhoneiros está sendo manipulada por algum chamado oportunista dos sindicalistas da Esquerda, com fins a chantagear os governos em assuntos tributários e/ou ocasionar indulto presidencial a Lula, para que seja libertado.
Não é de hoje que os caminhoneiros aturam falta de segurança nas estradas, malha rodoviária em péssimo estado em longos trechos, impostos altíssimos sobre combustíveis, entre outros problemas. Já durante o Governo de Dilma Roussef, estes mesmos caminhoneiros enfrentaram a Polícia Rodoviária Federal, após ordem presidencial de uso de força para romper bloqueios em estradas e obrigar os caminhoneiros a voltarem ao trabalho.
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Lembremos que o impeachment de Dilma recebeu contribuição importante da classe dos caminhoneiros, que ameaçou “cercar e tomar” Brasília, em célebre marcha sobre a capital da Inutilidade Política. Face a esse movimento, políticos se acovardaram e temeram a repercussão pública, sem contar o risco de caos social, o que teria acarretado uma possível Intervenção Militar.
Como tantos usuários de redes sociais, recebi, via Whatsapp, cópia da suposta Pauta de Reivindicações dos Caminhoneiros. Todas justas, diga-se. No entanto, devemos nos perguntar: quem capitaliza com esse movimento?
Afinal, a polarização aumenta em torno do pleito presidencial deste ano. Quanto mais encurralado fica Temer e sua trupe vendilhona e sanguessuga, mais evidente fica que os principais atores da disputa serão Bolsonaro e Lula. Marina apoiaria Lula, em segundo turno. Bolsonaro receberia apoio da parte rebelde do PMDB e de partidos menores (ou nanicos). Quem ganha mais com esse caos? Com certeza, a rameira nacional, chamada PMDB, é a que mais perde, pois continua sem identidade política.
Cenas possíveis dos próximos capítulos da novela Puteiro Brasil:
- Bolsonaro decola, mas sofre oposição dos mais céticos e descontentes;
- Lula tenta se manter vivo na cena política;
- Esquerda esperneia e joga mais lenha na fogueira, chantageando juízes e Temer por um indulto para Lula;
- Remédios acabam, pacientes sucumbem em casa (por falta de transporte para Hospitais);
- Alimentos acabam em supermercados, escolas e hospitais;
- Litro de gasolina sobe a R$ 6,00 e, a unidade de pão francês, a R$ 1,20;
- Saques antecedem ocupação das ruas pelas Forças Armadas nas cidades maiores.
Com sorte, o Governo deve ceder em pontos suficientes para contentar a maior parte dos caminhoneiros. Ideal seria que todas as reivindicações dos Caminhoneiros fossem atendidas, especialmente a extinção do PIS/COFINS sobre os combustíveis e melhoria substancial na conservação das rodovias.
Belo diagnostico Julio!
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Grato, Douglas!
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