Para a Anima Matris Terræ Meæ (Alma da minha Terra-Mãe).
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Há algo em mim que se derrete,
– Sim, eu sei –
Ao ser alvejado pela luz cadente de tuas sestas.
Deixo-me cair, de joelhos, sobre esta pedra úmida,
– Eu sempre soube –
Tão minha, berço primevo de minha Mãe.
Corredeiras percorrem meu rosto, tão teu,
– Senhora minha, o sabes bem –
Campeando terra seca, regando o pasto saudoso.
Paralisa-me esse ar gelado, tão brilhante,
– Me fazes saber –
Que esse lar me chama e clama por Justiça.
O Tempo é chegado e já se foi, mas não sem antes
– E saber não muda coisa alguma –
Beijar eu o Ar pelo que me nutres, e a terra inteira.
De nada necessito mais que dentro de ti me mover;
– E isso é tudo a saber –
De nada me serve dormir, a não ser em ti, último bem.
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Palhoça, 06 de junho de 2018.
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