Náufragos sem fronteiras


Sim, essa postagem é uma crítica, além de simples reflexão. Sim, ela se aplica aos seres humanos ansiosos, perdidos e confortavelmente à deriva em meio a esse grande Oceano de gente em que vivemos. Náufragos, de todas as idades, de todos os lugares, de todas as redes.

Se, como cantava Raul Seixas, cada um de nós é um Universo, esses universos não se tocam mais. Um feitiço, inerente à “luz” da tecnologia, parece criar redomas de isolamento, fazendo com que nossas mentes voem em direção ao impensável e esqueçam as pessoas que estão bem perto de nós. Mais nos parecemos com os personagens d’O Feitiço de Áquila, Navar e Isabeau, os quais, quando quase parecem se tocar, percebem que tudo não passa de uma miragem, de um sonho.

Nesta imensa rede virtual, que coleciona nossas mentes tanto quanto nossos rostos; cataloga nossos pensamentos e sentimentos, vemos as dobras do tecido do espaço-tempo se curvarem. Cremos, por alguns momentos, que vamos nos tocar; que nossos universos paralelos, afins pelos Corações e angústias, vão se chocar. Não seria um deleite maravilhoso ver o marasmo da vida cotidiana se transformar em fogo e luz? Acaso, não ficaríamos perplexos com tamanho feito de magia, supostamente unindo pessoas de várias origens, numa realidade verdadeiramente virtual?

Triste é que, não bastassem as aparências mornas que nos anestesiam as frustrações, ainda nos refestelamos nas praias da internet, entre vaidades baratas e monólogos sem importância. Discursos políticos, bandeiras extremistas, bate-bocas corriqueiros, desfilam diante de nossas telas, em cenas que nos lembram o Náufrago, encenado por Tom Hanks. Qual seria a diferença, afinal, entre o Wilson – a bola de vôlei que salvou a sanidade mental do personagem – e essa nossa relutância em admitirmos que estamos sós, irremediavelmente sós?


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Por Júlio [Ebrael]

Blogger, amateur writter, father of one. Originally Catholic, always Gnostic. Upwards to the Light, yet unclean. // Port.: Blogueiro, poeta amador, pai. Católico, casado. A caminho da Luz, mas sujo de lama.

6 comentários

      1. Quando a pessoa sente e desperta a verdadeira LUZ INTERIOR, que é o TUDO que mantém todas as dimensões vibratórias SUPERIORES e inferiores, a pessoa fica em sintonia com tudo e com todos, compreendendo o porquê de cada dimensão e sentindo um elevadíssimo amor pelo TODO EXISTENTE, visível e invisível. Aí, passa a ter cobertura e amparo e respeito de todas as FORÇAS do UNIVERSO, e finda-se a solidão, por a pessoa não se sentir mais nem superior, nem inferior a nada nem a ninguém. Aí a pessoa se completa. Neste ponto, o raciocínio está completamente desenvolvido e evoluído. E isso se consegue tão somente através do conhecimento completo e verdadeiro da VIDA, que é o SIMPLES DOS SIMPLES!
        Abração para você também!

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