A despeito do alegado livre arbítrio, vemos as pessoas se sentindo cada vez mais oprimidas, vazias. Para além da aparente desorientação social e econômica, podemos perceber um contraste entre liberdade aparente e opressão. Quão mais livres pensamos ser, mais nos sentimos presos. Por que será?
O ser humano precisa entender que a liberdade, de fato, não é possível em um Universo que, do átomo às galáxias, funciona sob leis. O sujeito moderno é aliciado pela fantasia da busca pela liberdade sem saber que a mesma é impraticável, a não ser sob a forma de autonomia limitada. A nível interno, também. O pensamento não surge ao acaso. Não há como escolhermos no que vamos pensar em seguida sem antes, no entanto, também pensar. Dados surgem à nossa Consciência sem que consigamos determinar, ao certo, sua origem, e são esses dados, resultantes de interações entre os sentidos e a Mente, que originam nossos pensamentos.
Logo, vemos que somos condicionados pelas variáveis do ambiente (internas e externas) desde o momento de nossa concepção, passando pelo nascimento, crescimento, até nosso último suspiro. Por essa constatação, notamos quão iludidos somos ao acharmos que podemos fazer tudo de forma autônoma. Essencialmente, somos seres sublunares, o que equivale a dizer que somos passivos e movidos pelas emoções inferiores, inclusive aquelas às quais chamamos, por vezes, de amor.
O amor, principalmente aquele dos namorados e cônjuges, é, na maioria dos casos, uma relação de vampirismo psíquico com vistas ao fornecimento de energia destinada a aplacar nossas frustrações e nossas dores pessoais. O sentimentalismo tóxico, no entanto, não está presente apenas no amor comum dos mortais, mas em todos os âmbitos das relações de massa.
Ao fim e ao cabo, verificamos algo terrível: a geração atual é emocionalmente frágil, extremista, desorientada e sem um código moral de referência. Como, então, poderíamos dizer que vivemos a era da liberdade?
Como dizia Eliphas Levi, a Liberdade guarda o dever, pois assim pode reivindicar o direito. Não podemos negar: vivemos sob um sistema de leis bastante restritivo. Porém, o Universo não segue leis, assim como as sociedades humanas?
A despeito de buscarmos o entendimento das coisas mais altas, não deveríamos aceitar a ilusão de que podemos, como criaturas, fugir às condições sob as quais fomos criados. Essas condições configuram o que chamamos de dualismo fundamental. Puxando, segundo sua vontade, as rédeas desse jogo e manipulando essas leis, uma qualquer inteligência consegue o Domínio sobre qualquer instância de realidade, desde que coloque delegados a governar mundos e sistemas de mundos.
Estamos condicionados, sempre, a escolher entre a pílula vermelha e a azul. Na verdade, não escolhemos, e sim optamos, cedemos. A forma mais fácil de dominar um ser humano – e Ivan Pavlov já nos provou isso – é submetendo-o a um ambiente altamente polarizado, dividido entre duas facções, partidos, religiões ou visões de mundo. Como o citado cientista classificaria, este estratagema é chamado de estimulação contraditória. Quanto mais antagônicos forem esses polos, mais o bovino humano ficará confuso. Emoções fortes comovem sua alma, e ele é moído entre a coragem e o medo, entre a raiva e a pena, a fome e a compaixão, o egoísmo e o altruísmo, eu e o outro, a cruz e a espada. Por fim, ele cede a um ou outro lado.
Essa forma de chantagem é operada a partir dos níveis políticos dirigentes, de dentro de certas sociedade secretas e mágicas, com a cooperação de hostes negativas dos Mundos Astral e Mental. Assim, a Vontade coletiva será fragmentada e, finalmente, feita em pedaços, a ponto de todos, sem exceção, silenciarem diante do massacre de vizinhos e familiares em nome da cínica “paz” e da “ordem”.
O demiurgo domina o xadrez da escolha. Ele direciona o peão errado para o umbral de seus daimones e o bom para seu paraíso. O ser humanoide da Terra, como criatura sua, é refém, súdito e robozinho. É razoável tentar sair dessa estrutura? Considero inútil, do ponto-de-vista humano. Quem sabe, a carreira do Cristo nos dê alguma pista. Eu, no entanto, continuo com as duas pílulas, a vermelha e a azul, diante de mim. Qual delas é a certa, ou melhor? Não quero saber. Agora, não.
Obrigado por ter se lembrado de mim. Gostaria de saber novamente o endereço do seu blog, pois faz tempo que não tenho lido mais blogs. Grato pela paciência e atenção.
Sinceramente: Marcelo Mitio Takahara marcelotakahara74@gmail.com
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