Essa ideia – a de ser imortal – já causou coceira dentro de sua cabeça? Você sabe, ao certo, no que consiste a Imortalidade e como conseguir evitar a Morte? Independente de suas respostas às questões anteriores, continue lendo abaixo.
Bem, se você continua a ler esta matéria, é porque você não morreu (ainda). No momento em que você lê, talvez meu corpo já não esteja mais animado. No entanto, é provável que, quanto mais próximo você esteja, no tempo, da data de publicação desta postagem, mais provável que eu ainda esteja presente neste Mundo.
O que é Imortalidade?
Conceitualmente, a Imortalidade é a qualidade do que não passa, nem passará, pela Morte. Tradicionalmente, é atributo de supostos seres divinos, não humanos. No entanto, como não sabemos, com certeza, se tais seres divinos existem, consideramos a mortalidade como algo ao que nada, nem ninguém, pode se furtar.
A Imortalidade, num mundo mutável, equivaleria à imutabilidade de estado da matéria. Um ser imortal teria a capacidade de revogar as leis conhecidas da Física ou de invocar outras leis (ainda) desconhecidas por nós. Na verdade, é por uma tal Pedra Filosofal, uma substância que conferiria estado excelente à matéria, que os Alquimistas trabalhavam tanto. Bem, é isso que parte dos estudiosos diziam. Esse pensamento não corresponde à verdade.
A Imortalidade é possível?
O Espírito é atraído para a matéria como por um vórtice. Nosso plano físico de existência, neste Universo, é escuro e retém a luz. Assim, sendo a perfeição algo luminoso, é natural que seres afeitos à matéria, como nós, a desejemos. Porém, seria incoerente que nós a atingíssemos, seja qual operação utilizássemos para isso.
Onde há mudança, há ciclos. A Morte é um polo do ciclo da Vida. Como a plenitude já prescinde de ciclos e de manifestação, a Vida, sendo cíclica, precisa ter fim. A Vida, como a conhecemos cá embaixo, não é a plenitude, mas cheia de vicissitudes. Uma vida imortal, aqui, equivaleria a sofrimentos ininterruptos, a uma prisão sem descanso, monótona, desgraçada.
Apontamentos pessoais
O ser humano, por meio de suas idades ao longo da Vida, morre muitas vezes enquanto vive. Vive durante o dia e morre quando adormece, à noite. Vive enquanto inspira o ar e morre quando expira. Renasce, respira e morre.
Quando deixa o corpo físico, a Consciência se desfaz? Não temos certeza, apesar de todos os supostos indícios apresentados por tantas religiosos e experimentadores. Tudo depende do observador. Do ponto-de-vista de quem permanece aqui, apenas um contato do ser desencarnado, testemunhado por muitos ao nosso redor, poderia nos atestar que um pensamento vivo se manifestou.
Mas, e se ele não manifestar a nós, ou não lhe captarmos os sinais? Como saberemos se está, deveras, vivo? A Vida, em qualquer veículo, se dá pela manifestação da Consciência, bem como a sensibilidade do corpo pela dor. Nisto, conceituamos presença, que é “estar diante” de algo ou alguém.
A única possibilidade de uma Consciência perdurar viva é em forma do que chamo de remanescentes psicofísicos, ou sombras. Quando alguém permanece nos pensamentos de pessoas; é invocado nas orações de amigos e familiares; é retratado em obras literárias, pinturas e esculturas; lembrada em monumentos públicos, tudo o que aquela pessoa, que se foi, fez, disse e imprimiu no mundo dos vivos permanece vivo, só que no Inconsciente Coletivo.
Imortal e Inconsciente
Este conceito de Inconsciente Coletivo, que refere-se ao repositório coletivo cultural da Humanidade, é como uma terra sem lei, comparável ao Limbo para onde as almas das crianças não batizadas chegavam após a morte física. Ali, não há bem ou mal, apenas ideias-força cuja função é, por correntes de pensamento de massa, manter a sociedade o mais homogênea possível.
Se a Vida mortal exige a Consciência para ser manifesta e observada, a Imortalidade só é possível num plano Inconsciente, do qual jamais se volta, pois a Consciência mortal caracteriza-se pela noção de individualidade, justamente o contrário do que entendo por Inconsciente. Aliás, quando atinge-se o Inconsciente, nossas pegadas no Caminho são, metaforicamente, apagadas atrás de nós. Se quiséssemos voltar, não saberíamos de que forma; se, aqui, quiséssemos orientar os inconscientes, não saberíamos como torná-los, novamente, conscientes.
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