Pouco mais de um ano de exercício do Governo de Jair Bolsonaro foi suficiente para dividir as opiniões que, ao fim das eleições de 2018, pareciam unânimes. Havia petistas e antipetistas. Bolsonaro encarnou a emenda do antipetismo (natural, após desastrosos treze anos de assalto nacional pelo PT) com o “jeitinho brasileiro” de ser. Ou seja, ser espontâneo, mal educado e orgulhoso.
A pauta ética era parcial. Ou seja: o rigor da Lei deveria recair sobre os adversários; aos aliados, todos os apoios, mesmo os mais escandalosos. O Liberalismo apregoado por ocasião do anticomunismo logo cedeu lugar aos conchavos com o Congresso, para os quais cedeu-se, e muito, em nome de alianças escandalosas visando a blindagem do filho de Bolsonaro, Flávio, por investigações empreendidas contra este por supostas (embora evidentes) “rachadinhas”.
A seguir, reproduzo alguns pronunciamentos meus em postagem recente, veiculados em meu perfil pessoal no Facebook e na Página deste site na mesma rede.
Em resposta ao comentário do amigo Renato Ramos, respondi como segue abaixo, o que me pareceu oportuno acrescentar aqui, também.
Bem, ser um estadista deve significar ser exemplo para o povo que ele pretende dirigir. Se ele não tem consciência que é um boçal, nem se envergonha disso, não, ele não é ideal para o Brasil. Honestidade é um predicado não apenas da sinceridade, mas da consciência da Ética.
Se ele fosse ético, não teria, evidentemente, protegido o filho das investigações que contra ele se levantavam. Não importa se as mesmas eram oportunistas. Para o cidadão de bem, as tais “boas intenções” de nada valerão se não pautadas pelo bom exemplo, doa a quem doer.
Ou leva-se, a rigor, a Ética, ou teremos que decretar a falência moral total do Povo em face de um relativismo de valores do mais baixo critério.
Não, (Jair) Bolsonaro não é honesto no sentido pleno do termo, mas um covarde que refuga de suas promessas mais básicas quando a água bate no próprio queixo, ou no de seus filhos. Covarde e fraco, escorregadio e chantagista, como se a ameaça de que “o PT vai voltar” fosse surtir efeito, para sempre, sobre a mente dos eleitores.
Os tempos são outros, e a internet guardou cada voto dele com o PT num passado não tão distante assim. A internet guardou, também, os atentados a bomba de quem costumava apontar os terroristas mais recentes.
Enfim, Bolsonaro emplacou todo o sucesso autoritário que o PT gostaria que um de seus líderes pudesse ter tido. Na verdade, Bolsonaro inaugurou uma era de autocratas que não será ele a encerrar, e que, pelo que posso ver, se funda no corporativismo e coronelismo mafioso (aquele baseado em vínculos familiares) mais escandaloso e infame.