É pena, não raiva


Eu não tenho raiva do povo brasileiro, eu tenho pena. Sem um pingo de soberba é que digo isso. É pena dessa massa e consciência de que esse povão é infantilizado, mentalmente subdesenvolvido.

Briga por times de futebol, por ídolos de palanque, por futilidades; defende quem lhe bate na fuça, quem mente, quem dele faz chacota, quem o assalta; povo que defende bandidos e inveja, secretamente, o sucesso de ladrões de todos os tipos. Sim, a inveja o corrói, e a contradição, entre seus valores adocicados artificialmente e o ressentimento estampado nos rostos, o devora por dentro.

No vídeo, homem presta adoração a Bolsonaro. Se isso não é perturbação mental, eu não sei mais o que pode ser.

Falo de uma maioria enrustida, que perfaz esse povo de Pindorama, que se orgulha, sem pudor, de exibir, pelas ruas, sua atitude estúpida de manada política enlouquecida, de rebanho religioso irracional, de bundões ateus pseudo-intelectuais, oscilando entre os bandos de socialistas de iPhone e os de conservadores de boteco, formado por personagens infantis de um país fictício, que foi abandonado às feras enquanto ainda estava sendo rabiscado.

O Brasil é o projeto de um time de canalhas que, certo dia, resolveu deixar o croqui de lado e passou a jogar pôquer com a vida dos animais humanos que não valiam mais a pena, senão contidos em jaulas, alimentados a conta-gotas, mortos por fome, à revelia de qualquer deus, a despeito de qualquer ética inventada, a servir como piada para as nações de um mundo já entediado com a hipocrisia.

Sinto pena, mas também um certo desespero, a querer sacudir essa gente que já acorda com sono, mas que, misteriosamente, desperta quando alguém anuncia um feriado inventado, uma partida da Seleção da CBF com algum país ignorado ou alguma companhia lhe dê algo “de graça”. “Ah, quantas ilusões!”, cantaria Raul Seixas, em Messias Indeciso.

Esse país foi inventado, e isso é algo simples de constatar quando examinamos sua cronologia. Dos seus heróis, não sobra sequer um que não tenha surgido de uma anedota ridícula. De Tiradentes, que não morreu na forca (um pobre coitado é que foi “comprado” para ir em seu lugar), a Giuseppe Garibaldi e seus farroupilhas, que jamais quiseram liberdade e democracia, senão substituir a opressão da Coroa pela subversão terrorista dos Carbonários.

Para os inventores do Brasil, este projeto de nação é um pesadelo que, tomara, findará com a alienação da banca aos gringos, com a venda dos ativos no pasto e uma banana, da janela de um jatinho executivo qualquer.


IMAGEM DE CAPA DESTA MATÉRIA

A imagem acima é perfeita para o momento, sempre atual. Ela é um remake, pelo Reginaldo Faria, da cena da novela Vale Tudo em que seu personagem, Marco Aurélio, faz uma banana para o povo brasileiro, da cabine de seu jatinho, rumo ao exterior com as bolsas cheias de dinheiro roubado.

Por Júlio [Ebrael]

Blogger, amateur writter, father of one. Originally Catholic, always Gnostic. Upwards to the Light, yet unclean. // Port.: Blogueiro, poeta amador, pai. Católico, casado. A caminho da Luz, mas sujo de lama.

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