Para o homem mediano, Deus não existe. Não obstante, ele não se cansa de dizer isso, de negar a existência d’Aquele que, segundo ele, não existe. O ser humano comum, concentrado na lama que lhe sufoca, à qual ele condena-se a viver com pés e mãos amarrados, recusa-se a mirar o que está acima de seu estreito horizonte.
Ele anseia libertar-se da influência do que ele chama de ilusão, de miragem auto-indulgente. Em suma: renega erguer a cabeça e acha melhor continuar a cavar no pântano, sempre mais abaixo, em busca de seu tesouro. E o achará, certamente.
Categoria: Crônicas
Simples mortal
Vejo que as pessoas superestimam uma suposta sinceridade como virtude, como se fosse um must, um tremendo diferencial. A partir da originalidade porra-louca, extravagâncias e os delírios mais toscos são permitidos a fim de anestesiar a alma aflita por um mundo em mudanças incontroláveis. Até um assassino pode ser sinceramente assassino, ou um estúpido ser estúpido sem medo de ser feliz. Mas, a sinceridade arrogante e patética – deboche moderno – já não basta às massas ávidas por esquisitices várias.
A Alegria da Presença
A Consciência advém do casamento entre a Luz e as Trevas, entre a água e o copo vazio, entre a chuva e a terra sedenta. É dessa Consciência que surge a invencível Vida do Universo, dos vermes famintos às estrelas. O que seria de nós sem essa presença efêmera, sem essa Shekhinah que renova todas as coisas?
Plantar é preciso
O rosto sério preserva um coração esperançoso. Palavras duras protegem os pés inexperientes. A mão firme segura, controla, corrige, mas também busca salvar a si e aos que ama do furacão no Mar do Tempo.