A vós, Almas envenenadas, que, do Umbral terreno, me enviais sinais de fumaça preta, escrevo as seguintes linhas a fim de mitigar vossas ânsias.
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Sobre a Maturidade
Alma nua e sem palavras vãs, sem armaduras de desculpas, sem explicações para o avião que voa e para a lágrima que, travessa, atravessa o vale do rosto marcado pelos acidentes de percurso.
Segundo as tuas obras
(Em latim, secundum opera tua.)
***
De todo prato pedido,
Ao Anfitrião,
A primeira porção.
De todo plano urdido,
Ao Mentor,
O prêmio ou a dor.
Por cada vida salva,
Afaga-lhe os olhos
A Estrela D’Alva
À foice da Morte
E à Mulher calva,
Brada o Amor,
O Amor, que é mais Forte.
Deserto da Alma
Depois de sermos esmagados, triturados, moídos e espremidos; após cair a última gota da ilusão do que você pensava ter, cultivar, amar ou, mesmo, ser, nossa essência fica, realmente, vazia, como o núcleo de um único átomo fundamental. Há uma inquietação, em algum canto daquilo que chamamos de nosso eu, travando uma batalha silenciosa com a inércia que nos mantém, enfim, em um tal repouso forçado.