Diz o governo petralha que as cotas para negros e índios nas universidades ajudam a saldar a “grave dívida histórica” que o país tem para com os mesmos negros e índios. Mas, não é essa apenas uma tática populista para angariar os votos da parcela da população que o governo distingue pela cor da pele?
Diz também o bom senso que os filhos não herdam as dívidas dos pais ou ancestrais. Assim sendo, o povo que não se identifica pela cor da pele em relação aos seus pares (se os considerarmos iguais perante a Lei) não têm dívida histórica alguma, nem para com pessoas que já se foram, vítimas ou não de crimes no passado, nem para com os descendentes destes se não estiverem num regime legal isonômico (ou seja, se estes são tão cidadãos quanto todos os outros). Devida sim é a reverência à memória de todos os negros e índios que suaram sangue sob dura servidão e que resistiram bravamente ao jugo de ambição sem fim de alguns senhores brancos. Porém, se aqueles negros e índios foram tão cruelmente escravizados, a paga por seus sofrimentos deveria ter-lhe sido dada enquanto estes ou seus parentes diretos estivessem vivos. Os negros e índios de hoje são cidadãos comuns, sob a proteção da Lei e sujeitos a ela. Logo, não pode ser facultada a esses a glória espetacular do martírio daqueles, senão a de pertencerem ao tronco daqueles que ajudaram a cimentar a base cultural da alma do Brasil.
A Lei busca ordenar a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, emancipados ou não. No entanto, o que o Governo petralha está a fazer é justamente o contrário: ao invés de fornecer um ensino fundamental e médio de qualidade e fomentar a solidariedade entre todos os jovens, considera uns mais merecedores de ajuda do que outros. Ou ainda pior: considera uns menos capazes de alcançar sua realização pessoal dadas do que outros.

Como se não bastasse o racismo embutido sorrateiramente na política de cotas para negros e índios ingressarem nas universidades, agora, em 26 de março último, foi aprovada na Câmara dos Deputados um projeto de lei que estipula a criação de cotas (reserva) de vagas para negros em concursos públicos. Acaso, uma pessoa, apenas por ser negro, estará mais apta a assumir um determinado cargo público que uma pessoa de outra cor, mesmo que não obtenha o mesmo desempenho no exame? Onde está a meritocracia?
Moral da história: O Governo considera agora negros não apenas com menos oportunidades nos estudos, mas também com o mesmo nível de incapacidade e necessidades especiais que um deficiente físico. Sim! Você, cidadão que tem orgulho de ser negro (e cada um deve ter orgulho de suas origens), veja que, com essa política de cotas, o Governo do PT (quadrilha mundialmente conhecida por sua corrupção e imoralidade) está a considerar você um incapaz, um deficiente mental, um ser inferior que merece a esmola do Estado. Pode haver racismo maior que esse hoje em dia?