O Homem que enganou a Morte – Jesus não morreu na Cruz!


Para introduzir o que vou falar aqui, que por si só já trata de um assunto difícil e extenso, vou recorrer novamente à analogia. Afinal, não sou cientista para tratar com experimentos, nem sou capacitado para isso (ainda), mas apenas um pensador livre.

Se fôssemos apenas bactérias do intestino de Deus (a Suprema Inteligência), seres primitivos, porém criados para contribuir para a economia do Corpo do Universo, poderíamos nos considerar de grande importância, certo? Certo dia, Deus infundiu uma de suas bactérias de uma importante missão: fazer saber às bactérias que suas vidas não são mais nem menos do que UMA com a GRANDE VIDA. Uma bactéria continha em seu núcleo celular, e em seu DNA, a mesma essência em grau diminuto, ainda que perfeitamente idêntica, do Cérebro (Inteligência) do Grande Corpo. Pois, em tudo, há hierarquia e ordem. Como coadunariam, em um mesmo meio (Universo), forças de origem diferente, sem que batalhassem pela supremacia?? Teríamos uma dualidade irreconciliável, um Rei nativo, reinando sobre escravos eternamente insatisfeitos por não se identificarem com seu Soberano.

O egoísmo nos tolhe isso: a consciência de nossa verdadeira origem. A relação Criador/Criatura é levada a um extremo irracional, onde somos escravos de um Deus que não se parece, em nossas mentes, conosco mesmos. Em nossas relações, nos importa satisfazer apenas nossas necessidades, pois a religião não nos infunde a noção de Liberdade que, ao saber sermos Filhos de Deus, deveríamos possuir. E sermos livres, desde sempre, importa contermos o Universo e nele estarmos, mesmo que dentro de nós mesmos, no que Paulo dizia ser o Templo do Espírito. Num Templo, toda a Assembléia pode ser vislumbrada, assim como os símbolos sagrados de tudo que foi criado, virtualmente, fora dele.

Em nós mesmos, somos Deus, ainda que por meio não de nosso Eu Consciente, mas de nosso Verdadeiro EU… mas que Eu é esse? Esse Eu é aquele que não vê diferença entre uma pedra e um pássaro, entre ele e o outro ser humano, que é incapaz de destruir algo, ainda que possa transformar a forma física de uma coisa, ou ser, por um Bem Maior. Esse bem maior nunca é um apetite; na pior das hipóteses, uma contingência.

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As religiões ocidentais, principalmente as de origem greco-romana e a cristã, sentiam uma necessidade paradoxal de transformar a natureza humana em divina, e vice-versa, deixando Deus com uma aparência antropomórfica distorcida.

Hitler teria sobrevivido à Segunda Guerra?


Adolf Hitler, idealizador do Nazismo.

Nas minhas andanças pelos portais de notícias, cada vez mais raras por conta da falta de tempo (e da proliferação de notícias negativas e lixo midiático), por esses dias li um interessante artigo num grande site bem conhecido (vide link nas fontes) que falava sobre o lançamento de um livro por um escritor argentino.

O livro trata de algumas teorias que alegam ter Hitler sobrevivido à capitulação de Berlim, em 1945, ao fim da 2ª Guerra Mundial. Conta como, com a ajuda de setores dos próprios aliados, Hitler teria, acompanhado de uma reduzida comitiva de refugiados do III Reich, fugido da Alemanha, tomando como direção a vizinha Argentina.

Não seria novidade para quem estudou História Contemporânea do séc. XX que a Argentina era o pilar forte do nazismo na América, juntamnete com outros governos de menor importância, tendo sido apoiado, inclusive, pelo regime do presidente Perón. Mas não custa lembrar, não é mesmo?

Fico pensando: recentemente, nas últimas décadas, presenciamos os EUA financiando os terroristas fundamentalistas do Talebã, no afã de combater os soviéticos, tendo como frente o Afeganistão. Depois, derrubaram o mesmo Talebã, como se fosse um fantoche, e perseguem, até hoje, um tal Osama Bin Laden, que parece ter sido premiado com o desaparecimento. Daí, me lembro que os famigerados nazistas foram também financiados pelos EUA para fazer frente aos comunistas, que já se preparavam, com Stálin, para avançar sobre a Europa. De pintor fracassado e morto de fome, transformaram Adolf Hitler num líder mundial. Ele serviu, enquanto pôde, aos interesses anti-comunistas das potências ocidentais, mas… Logo foi tirado de cena, por já ter cumprido seu papel. Foi premiado com a vida eterna.

Será que fomos todos enganados durante todo esse tempo?? Será que milhões de vidas, ceifadas por todos esses anos, serviram apenas para resguardar a Liberdade nos moldes americanos, ou seja num jogo global Capitalismo X Comunismo?? Não serão todos esses fatos apenas peças de um grande jogo, de um Teatro macabro, em que somos apenas palhaços, espectadores e números manipulados??

Decidi não transcrever nenhum trecho da reportagem, aqui, no blog, pois a mesma é deveras extensa. Deixo a vocês o link. Sigam, leiam atentamente e tirem suas próprias conclusões.

Fonte: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=25197747&page=0

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Professor Trajano e os Versos Íntimos


Sem dúvidas, a partir de 1994 o Plano Real veio nos facilitar (atenuar) um pouco a vida. Mas, se os preços não aumentavam tanto quanto antes, os salários também não acompanhavam o crescimento dos sonhos das pessoas. E ainda havia algumas pessoas que sonhavam em ganhar sobre a dificuldade de outras. A fórmula de alguns era simples, agora que a moeda se estabilizara: ganhar muito com coisas de pouca qualidade, gastando pouco, se possível, tirando até do seu prato, economizando, assim, obsessivamente.

Em 1996, no segundo ano do Ensino Médio, tínhamos um professor de História que trabalhava mais ou menos encima dessa cartilha. Vou chamá-lo, aqui, de Trajano, por razões óbvias, aproveitando do nome do imperador romano muito citado pelo tal professor.

No primeiro dia de aula, ele já chegou à sala com passadas largas, como se estivesse em uma caserna romana. Só nos faltava ouvir um Ave, César da boca dele. Ele resmungou apenas um Boa noite, antes de nos introduzir aquilo que seria a tônica das aulas dele por um bom tempo: o livro de História escrito por ele.

O professor Trajano era um sujeito atipico, na perfeita acepção do adjetivo. Em sua cabeça, o Hemisfério Norte era quase todo desértico como uma tundra gelada. Apenas a partir do Equador craniano é que começavam, timidamente, a surgirem os primeiros sinais de uma savana capilar, com escassos e ralos pelos a lhes descerem pelas orelhas, terminando por afluírem em dois rios laterais para uma barba de três dedos de altura, à melhor moda de Sócrates. Dizia comigo que ele era o próprio Socrates, com óculos de hastes demodés e dentes corroídos pelo tabagismo.

Ele era (ou é ainda) um homem de rígidos hábitos e práticas. Em matéria de História, não admitia, de um aluno, tratamento inferior ao de um gênio, pelo qual ele ficava deveras envaidecido. Religião: católica. Partido político: aquele ao qual o pároco estivesse afiliado. Estado civil: casado com dona Estela… e filho da Virgem Maria. Se distinguia dos outros docentes por sua camisa cáqui e pela inconfundível e única calça jeans. Isso mesmo: ele só usava uma calça jeans, religiosamente, todos os dias. Ele alegava lavá-la diariamente, mas, por vezes, a coloração encardida da peça o contradizia insistentemente. A calça quase poderia sair correndo dele se, num deslize, ele afrouxasse o cinto. Quase podíamos ouví-la pedindo socorro.

Na sua apresentação à classe, no primeiro dia de aula, aproveitou para apresentar também seu novíssimo livro de História, História sem Mistérios. Estipulou uma cota de R$ 10,00 por aluno, sem direito a cópias – todos os alunos teriam que, obrigatoriamente, comprar o tal livro. Se ele pegasse alguém com alguma cópia do livro, alertava ele, ameaçador, a rasgaria diante de todos. Definitivamente, aquilo não era uma democracia!!

Direitos autorais à parte, ele não recordava, ou fingia não lembrar, que dava aulas a um colégio público. Lamentasse ele ou não, estivesse ele frustrado com sua malograda carreira literária ou não, nem todos os alunos ali, assim como nem todos os pais, podiam pagar pelo livro que, sinceramente, era mal escrito, mal editado, mal pesquisado, onde a única ilustração era a foto de seu autor, nada artística. Naquela época, eu fazia muitas coisas com dez reais. Dez reais, em 1996, era o almoço e o jantar de muita gente.

No fim do ano, sabendo da ojeriza que poesias, principalmente em língua portuguesa, causavam no professor Trajano, na época do Amigo Secreto, embora o nome dele não houvesse sido incluído no sorteio, toda a classe combinou de comprar uma calça jeans novinha, em Brusque, e entregar esse presente ao mesmo tempo que alguém estivesse declamando uma poesia de Augusto dos Anjos – Versos Íntimos – sugerida por mim na época, que eu achava a cara dele.

A reação (interior) de nosso querido professor todos podem deduzir: a pior possível. A reação (exterior), para inglês ver, também todos podem supor: previsível. Teve de engolir nosso presente de grego, pra não fazer desfeita diante da diretora, que estava visivelmente constrangida, conhecendo-o a anos. Entre tremores de lábios, cabisbaixo, conseguimos, com muito esforço acústico, ouvir um Obrigado, classe!

Essa, depois de catorze anos, é para o senhor, professor Trajano:

Versos Íntimos (Augusto dos Anjos)

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Referência: http://www.releituras.com/aanjos_versos.asp

Dona Ludmila e o Sapo


Morar em morros não significa (ou, pelo menos, não significava até tempos atrás) viver sempre cercado de temores de fuzis ou traficantes cruéis. Eu tive essa experiência na pele, literalmente, ao sentir o calor humano e a solidariedade das pessoas nessas comunidades. Na pele sim, pele bronzeada pelo sol escaldante a escalar as escadarias que lembram muito as do Bonfim.

No morro encontramos gente de todos os tipos, de todas as nuances: gente de classe média ou carente, universitários ou que assinam com o polegar no carimbo, católicos, espíritas e crentes. Esbarramos em pessoas subindo com sacolas de supermercado, televisões de plasma ou sacos de cimento nas costas, trabalhando para os que constroem suas casas e ganhando uns trocados. Na minha época de trevas, em que não havia “acordado para a vida”, como dizia uma pomba-gira que muito me ajudou, eu carreguei cimento morro acima, sacos de areia e brita graúda. Trevas, mas também tempos em que aprendi a olhar mais fundo nos olhos das pessoas e participar de seus sofrimentos, que então também eram meus.

Estamos nos idos de 1997, num morro da periferia de Florianópolis. Dentre aquelas figuras pitorescas, encontrei, como já previra antes de ir morar lá, uma senhora tão polêmica quanto popular. Era dona Ludmila. Ela era o tipo de pessoa que você ou a ama ou a odeia. Em última análise, ou a admira ou dela sente pena, ou pelo fervor de crente “zelosa” ou por seu caráter irascível.

Ela, cedo pela manhã, já era vista descendo pelas escadas rezando alto e solitária, aos olhos já acostumados dos moradores. Era o “despertador” coletivo”: se o galo, em dia de chuva, ficasse “gripado”, lá estaria ela, com seu vozeirão imprudente, já que sofria de uma asma quase irritante. Descendente de poloneses, forte e temível, ia pelo caminho, em acessos esporádicos de fúria “santa”, chutando as imagens de santos nas grutas, derrubando e quebrando oferendas às entidades dos “macumbeiros”. Mesmo sendo avessa à televisão, adotara o “mármore do inferno” como bordão, e achava que era um dizer comum dos “crentes”.

Mesmo despejando sua ira contra tudo que considerasse idolatria, não acreditava que macumba “pegasse” nela. “A macumba é a própria mentira do diabo, querendo assustar os crentes do Senhor!! Como o diabo não pode contra a gente da Igreja, ele inventa essas baboseiras”. Quando perguntada porque perdia tempo em chutar a mentira, ela respondia que a macumba era mentira, mas que seu sapato era de verdade. Sempre em vestidos longos, no estilo mais antigo das anáguas pretas, ela não suava nunca. Era incrível ver como ela vestia aquele blazer azul-claro no verão, sem nem precisar de um lenço sequer para lhe enxugar o rosto.

Certo dia, jogaram um sapo morto com a boca costurada, dentro de seu quintal. O mundo parecia que ia desabar. Configurou-se o próprio mini-apocalipse daquele morro. Ouviu-se um rugido pavoroso naquela manhã de sábado:

– Quem foi o istepô, o lazarento que colocou esse feitiço na minha terrinha?? O inferno te espera, lazarento!! Querem me derrubar e trazer doença pra minhas crias!!

Nessas horas, acho que ela esquecia completamente que era crente, de tantos impropérios que ela arremetia aos quatro ventos. Eu dizia comigo que ela agora iria acusar… quem mesmo??

– Agora que sei!! Só pode ter sido aquela sirigaita da Babilônia, aquela “zinha” da Marlene!! Tá querendo roubar meu filho da mãe dele!! Quer destruir a família dos outros, a perdida!! Mas aquela rameira há de acordar amanhã com o bucho inchado, e o amante dela com o “bigo” bichado!! Ah, se vai!! E ainda mata um pobre bichinho pra matar para o “demo”…

Marlene era a namoradinha de 17 anos de Isaías, o caçula, que ainda morava com dona Ludmila. Depois de passar aquele dia inteiro investigando, entrando e invadindo a casa de todo mundo para maldizer a Marlene e a família da “perdida”, sua asma começou a arrefecer, depois que lembrara que não portava a “bombinha”. Voltou para casa, subindo o morro com dificuldades, não admitindo a ajuda de profanos. Quando chegou, finalmente, à sua casa, escutou ruídos no quintal. Foi ver. Encontrou dois meninos abrindo a boca do sapo, que ela deixou a secar ao sol, encima do tanque de roupas. Ela quase teve uma síncope.

– Menino, não toca nesse bicho!! Esse bicho já é do “demo”!!

O menino respondeu:

– Dona Mila, olha o que escrito no papel enrolado no saquinho!! O saquinho, na língua do sapo!!

Era o nome de Marlene!! Surpreendentemente, dona Ludmila senta-se na soleira da porta da cozinha e respira fundo. Nessa hora, não lembrava-se mais da crise de asma. Depois de alguns minutos sem falar palavra, responde aos meninos enfim:

– Bem, pelo menos o sapinho morreu por uma boa causa!!

Dona Ludmila não tinha jeito. Inimigo seu era inimigo de Deus, nem que o diabo lhe servisse de ajudante. Afinal, se não pode vencer o Inimigo, alie-se a ele!!

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