O Colégio Pedro II e os valores que a República não aproveitou


Posso parecer, por vezes, ora idealista, ora saudosista. Tanto naquele caso como neste, a Razão acaba cedendo ao mito, ao sonho, ao desejo de que as coisas voltem, por um passe de mágica, a ser como eram outrora. Logicamente, as coisas, como eram, deviam a uma certa conjuntura de fatores sua razão de ser que jamais se repetirá. À época em que algumas coisas valiam, havia uma identidade que representava certos ideais. Essa identidade, junto com seus ideais, foi sufocada por um rolo compressor ideológico que matou parte da alma da maior parte das pessoas, mesmo do povo brasileiro.

Os casamentos voltarão a ter sua sacralidade reconhecida ou verterão seus restos ladeira abaixo de uma vez por todas? A educação de nossos filhos retornará ao idílico sonho clássico ou estará sujeita a ditames psicóticos de uma ideologia assassina, travestida com os trapos da “justiça social”?? Se havia hipocrisia nos tempos do Império quanto ao ideal da educação da elite, hoje tal hipocrisia se manifesta nas promessas de uma formação integral para os menos favorecidos, porém não espelhando-se no que havia de bom, mas na impraticável convivência de princípios imorais com o objetivo do desenvolvimento educacional.

Colégio Pedro II, atualmente. Rio de Janeiro, RJ.
Colégio Pedro II, atualmente. Rio de Janeiro, RJ.

Para exemplificar o dito acima, transcrevo, a seguir, um trecho da aula inaugural do Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, também chamado, à época do Império, deImperial Collegio. Tal pronunciamento fora proferido pelo Ministro de Governo imperial na época da Regência de Araújo Lima – a saber, Bernardo Pereira de Vasconcelos – aos 2 de dezembro de 1837, data do aniversário de D. Pedro II.

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