Soneto inspirado no poema “Maranhão, Minha Terra“, de Uiliene Araújo Santa Rosa. Confira aqui.
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O MARANHÃO E A PRETA MARIA
Lembras daqueles Lençóis encharcados
Em suor, em lágrimas, ao Sol bravio?
Se te passasse uma brisa, à beira do Rio,
Te deitarias em mim com olhos marejados.
Sabes como alcanço a Ilha, em pé enxuto,
Quando à maresia estiva se juntam as dunas?
Transpasso, na pele envernizada do astuto
Negro, em meio às saias, alcançando as escunas.
Ó, Grande Mar eu sou, vertendo da Preta Maria,
Do ventre agreste, rasgando-te certo ao meio;
Mais perfume ganhas, em ti me perco em maresia.
Dos caracóis de teus cabelos, surgi à luz do Dia;
Da marca de meu nome, me embrenhei no teu seio
Que da África, a essas cálidas matas, me sobreveio.
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Palhoça, 25 de Janeiro de 2014, 15h25min.
Júlio César Coelho (Ebrael) © Todos os direitos reservados.