Há uma coisa que os que nasceram depois de nós, dez ou vinte anos, não compreendem, e que costumam chamar de velhice, de caretice ou pessimismo. Cheguei a essa ‘coisa’ faz tempo, e resumo esse estado em uma frase: ‘Já vi esse filme antes’.
Ano XV
Há uma coisa que os que nasceram depois de nós, dez ou vinte anos, não compreendem, e que costumam chamar de velhice, de caretice ou pessimismo. Cheguei a essa ‘coisa’ faz tempo, e resumo esse estado em uma frase: ‘Já vi esse filme antes’.
Nesse reveillon, passado à beira da praia, na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, SC, me lembrei de umas conversas que tive com amigos ao decorrer desse ano. Hora da virada de ano é sempre hora de reflexões, gravidade de pensamentos, alegria e entusiasmo em prometermos coisas a nós mesmos. E em meio a essas reflexões, me recordei de algumas relativas justamente à passagem de ano.
Eu sempre, para fazer minhas análises de assuntos complexos, recorri a um artifício dos antigos gregos: a analogia. A analogia utiliza de comparações entre detalhes de coisas diminutas e corriqueiras de nossas vidas e do que temos ao nosso redor para tentar explicar coisas sobre as quais pouco ou nenhuma percepção temos, coisas grandes, distantes, abstratas e quase imponderáveis à nossa compreensão.
Com relação à contagem de tempo, verificamos que todos os indicadores de tempo são divisíveis por seis. Então, com essa relação à frente, me perguntava: por que não poderia eu relacionar um ciclo de um dia com um de um ano??
O dia tem quatro períodos, manhã, tarde, noite e madrugada. O ano tem a primavera, verão, outono e inverno.
O dia nasce e começamos um novo período de trabalho, pela manhã. À tarde, geralmente temos um período mais árduo de atividades. À noite, chegamos em casa e avaliamos já o que teremos de descansar para o próximo dia. Pela madrugada, descansamos, hibernamos em nossos cobertores, esperando um novo ciclo de vida nascer. O mesmo ocorre com a Natureza, respectivamente, durante a primavera, verão, outono e inverno.
A cada virada de ano, para o Ano Novo fazemos promessas, nos reconciliamos (às vezes, só aparentemente) conosco mesmos e com os outros, enfim, festejamos. Mas, se olharmos para os nossos dias, será que fazemos o mesmo?? Ou será que não fazemos tudo sempre igual?? A soma dos dias em fazermos as coisas melhores que nos dias anteriores nos dirá se realmente estamos vivendo anos melhores que os que passaram. Como podemos dizer que temos anos novos, se nossos dias, em seu somatório, estiverem sendo os mesmos de antes, se não estivermos tendo dias novos??
Se nossos dias estiverem sendo iguais sempre, sem novidade, sem melhoras efetivas, sem esforços valentes, então estaremos deixando passar as horas de nossa vida (as horas grandes, ou seja, os anos) sem novidade, sem renovação.
Pessoas assim, e eu poderia algumas vezes me incluir entre elas, vivem suas horas-grandes (anos) da mesma forma, apenas por viver. Façamos de cada dia um dia novo, e estaremos fazendo de cada ano, um ano novo, de verdade!!
Lembremos: 60 segundos, 60 minutos, 24 horas, 30 dias, 12 meses. Um ano é igual a 365 anos pequenos.
Feliz Dia Novo, Feliz Ano Novo!!
Bom Dia, Bom Ano também!!