Nos tempos natalinos e de Páscoa, fico assim, nostálgico e infantilmente saudosista. Será que isso é normal? Acho que sim. Normal e saudável, bom para afastar riscos de perturbações mentais. Imaginem se vivêssemos décadas sob a égide adulta, com aquela cara sisuda e grave, típica do mordomo da Família Addams! Pela palidez de sua pele, nota-se como fica um adulto sem vida própria, sem esperança.
Quando eu falei em perturbações mentais, me refiro mesmo a quando falham nossas mentes em relação àquela Lei da Física de Einstein, que diz que “a noção de passagem do Tempo depende do referencial a que o observador se reporta“. E você, parou no Tempo? Seu trem continua correndo? Você está dentro ou fora do trem? E o que você consegue ver?
Tenho uma amiga que, vez por outra, me falava que se cobra regularmente por achar-se imatura. Aí me pergunto: acreditar no Amor, crer na bondade e nos valores nobres e ter fé no futuro é sinal de imaturidade? Preservar-se do mal do lado de fora, onde faz frio e as pessoas fazem qualquer coisa por um pouco de calor humano, não lhes importando o quanto se depreciem, é indicativo de infantilidade ou ingenuidade excessiva? É anormal ter caráter, agora?
Sim, a evolução é algo inexorável na Natureza. A árvore cresce, mas conserva latente a potência da semente da qual nasceu, as lembranças e lições de quando era apenas uma plantinha de caule fino, que mais parecia um “cambito”. Conserva, não obstante se erga célere e ávida das estrelas da noite, o frescor do orvalho da terra, do tempo em que ainda respirava o cheiro de barro e se sujava na lama das chuvas de verão. Ela e suas companheiras, árvores-meninas.
Conserve sempre essa memória santificadora ao cuidar da Criança que tens em si, para que, ao lançar sua semente à terra, no devido tempo, saibas transmitir a mesma alegria das tardes de verão chuvoso, em que brincavas com a água escorrendo por suas folhas, eras refrigerada pelo vento que vem do Sul e te alegravas ao te surpreenderes com um raro arco-íris!
Se um dia seremos ceifados e relegaremos nossos caules como alimento para a Terra-Mãe, não nos esqueçamos que renasceremos sempre, seremos Crianças sempre, e é estupidez abafar a Voz Infantil de Deus-Filho, que nos reclama pureza e um sorriso maroto. Termino, deixando como epílogo, duas citações, uma em texto, outra em vídeo. O texto é um reflexão de um homem bem “moderninho”, o filósofo chinês Confúcio (Kung Fu Tsé, ou Mestre Kung) , que viveu há aproximadamente 2.500 anos atrás. O vídeo é uma versão animada de uma canção do Toquinho, chamada Aquarela, a qual todo mundo associa ainda às propagandas dos lápis da Faber Castel. Prestem muita atenção à mensagem oculta e profunda da letra, a qual no começo fala do nascimento, e no fim, da morte. A verdade, contada às crianças, de forma lúdica.
Feliz Páscoa e ressurreição em todos os Corações dos Filhos de Deus!
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Os homens perdem a saúde, juntando dinheiro
Para depois perder dinheiro tentando recuperá-la.
Esquecem o presente por pensarem ansiosamente no futuro
E acabam por perder ambos.
Vivem como se nunca fossem morrer
E morrem como se não tivessem vivido.
(Confúcio)
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