Vagando e vagando por essas noites pelos mares sem fim da Internet, pois “navegar é preciso”, surgiu algo sobre o que falar. É um assunto tão recorrente, esse das mudanças bruscas e desenfreadas (ou superaceleradas, não sei bem) por que passa o planeta e a humanidade, que já se torna, aos olhos de todos, piegas falar nele.
Sinto uma dor imensa e aflição por todos nós, passageiros dessa Nave. Não queremos saber se essa Nave deve chegar a algum lugar; não nos preocupamos, pois pensamos que ela está em “piloto automático”. Sóqueremos saber quem vai ocupar a cadeira do Capitão. Mas, será que o Capitão já não está louco, a sabotar o funcionamento da Nave-Mãe?? O que ele faz pelos tripulantes e passageiros?? É uma mera figura decorativa no hall das espécies que habitam a Nave?? Esse Capitão (a humanidade, com o cap da morte disfarçado de esperança inerte) não percebe que o “piloto automático” regula a atividade e o bom funcionamento da Nave. Se os tripulantes não se comportam bem, se não se esforçam para ajudar a mantê-la em harmônico estado mecânico, o que resultará??
Sinto essa dor não como algo pessoal. Estou aqui, confortável nessa mesa de computador, cheio de cabos a tecer viadutos (eletrodutos é melhor) entre minha paciência e insatisfação com o que eu vejo. Porém, é uma dor planetária, como uma célula que pressente o câncer crescendo nas vizinhanças. E qual célula do estômago não se ressente da voracidade da fome que vem do cérebro?? Somos UM só Corpo, e numa metástase planetária, todas as células e tecidos semelhantes sofreriam a a mesma dor da extirpação. O Planeta executa, de vez em quando, quimioterapias e expurgos para equilibrar sua saúde. A Natureza é mais inteligente e autônoma do que podem imaginar esses tecidos e estratos de células humanóides que somos todos. Humanóides sim, como apenas mais uma similaridade, pois o conceito áureo de humanidade (centelha pensante) já está, esse sim, piegas e demagógico demais.
Temos que reinventar o conceito de humanidade, reprojetar o que queremos daqui pra frente, e adequar isso ao que nos espera no futuro bem à porta, como consequência de nossa irrefreável irresponsabilidade. A Era de Aquário está aí, e a liberdade prometida pelas profecias tem sido apenas a Liberdade da desordem. Temos que encontrar um novo jeito de assimilar essa dor, de sublimá-la, porque os anestésicos que nossa auto-estima capitalista (falsa e sem-vergonha) já não nos fazem dormir tranquilamente.
Dói aqui no coração
Do meu mini-planeta.
Do meu microscosmos,
Vejo lá, na pequenina Terra,
Uma garça se afundando em óleo
E um mendigo chorando
Pela lata de lixo vazia.
Chora o sabiá, o urso polar
E o joão-de-barro não mais se preocupa,
Pois as chuvas foram-se embora.
Estão de férias os pinguins??
Minhas células mini-universais
Se ressentem
Do frio nuclear,
Da fome mitocondrial,
Da peste genética,
Da solidão intestinal,
Da corrupção dos vermes,
Do DNA desumano…
DNA desumano,
Destino inumano,
Sonho sobre-humano,
Esperança resiste a uma
Saraivada sub-humana
De espasmos planetários.
Grande Ebrael, as vezes imaginamos que só nos resta chorar.
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Se estivermos vivos para chorar, já seremos donos do mundo (pois seria lucro, e o lucro manda no mundo!!)…
Abs!!
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Ebrael!
Cada dia mais inspirado heim meu amigo!
“As suas efervecências cartesianas, e os seus pensamentos perpendiculares e oblíquos, transcendem numa equação tangente da emoção que invade seus algébricos lirismos de sua juventude poligonal”. (Rosana)
Adorei!
Bjs.
Rosana.
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Ebrael, sintonia de sentimentos… sabe querido amigo, muitas vezes eu sinto esta dor que vc disse, eu sinto como se um vazio tomasse conta da minha alma, eu sinto sim a dor do mundo, o dia que eu fiz a poesia A Dor do Mundo, era um desses… por isso eu nao a esqueço. Eu me sinto algumas vezes incapaz de fazer algo por todos, sobre a desvalorização da vida em todos os sentidos. Talvez seja este o motivo de entrar em campanhas diversas e tambem de abraçar a causa do Rodrigo, o rapaz ferido aqui na Gavea. Creio que precisamos amar nossos irmãos sem desejar nada em troca… tem muita gente precisando disso. Eu senti neste fds como muita gente unida pela fé, amor, amizade, podem “curar”. Somos poderosos e não sabemos disso.
Bjs e lindo post amigo!
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Essa dor é nossa. façamos a nossa parte e Deus fará o que for preciso para salvar o planeta.
João
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