Artigo escrito pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery [1]. Recebido por e-mail.
Título original do artigo: “Ideologia de gênero deve ser combatida, pois visa destruir a família”.
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A ideologia de gênero tornou-se uma ferramenta política e “um conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de família”, como afirma o monsenhor Juan Cláudio Sanahuja. E mais, ele explica que “a ONU adota a perspectiva de gênero no começo dos anos 90. Assim nos apresenta e quer impor-nos uma visão anti-natural de sexualidade de pronta-entrega, a serviço do prazer”. E para isso surtir efeito, a médio prazo, faz-se necessário difundir nas escolas a ideologia de gênero, para quebrar as resistências contra a cultura que quer se impor. A educação sexual então está imbuída fortemente desta ideologia contrária à família, com uma visão reducionista da dimensão da pessoa humana. O fato é que existem somente duas identidades sexuais, daí a realidade humana na distinção “homem e mulher”. Institucionalizar uma outra situação fora desta realidade, verdadeiramente humana, é desconhecer com profundidade a essência e a natureza da pessoa humana, e mais ainda: agravar os fatores da violência contra o ser humano, em todos os aspectos. É despersonalizar o ser humano, deixando-o frágil e vulnerável a toda e qualquer violência.
A crise da identidade em nosso tempo se explica quando nos deparamos com essa sociedade contemporânea, sempre mais pulverizada na atomização do indivíduo, o qual se vê imerso na volúpia de um consumismo desenfreado, de falsas necessidades, que coloca o prazer como finalidade e aniquila o indivíduo desarraigado e desterritorializado, na lógica do descartável, sem ter ao que se ater, sem contar mais com a família como suporte. Fácil fica constatar que, com a ideologia de gênero em implantação, a família é descaracterizada e diluída, dissolvida enquanto instituição primeira e raiz da sociedade. Daí, o grande mal-estar de muitos diante dos apelos da anarquia sexual difundida pelos meios de comunicação, na promoção da homossexualidade e de outras perversas e transgressões, que medram mais facilmente na sociedade atomizada, de híper-consumismo. Daí, também, que é necessário interpor um dique a tudo isso, para salvaguardar a instituição primeira e principal, sem a qual o ser humano não tem como subsistir e se realizar como pessoa.
Todas estas formas de agressão, se não forem contidas, se tornarão grilhões culturais a asfixiar a personalidade de cada ser humano. No campo político, a ideologia de gênero põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso sentimentaloide de não discriminação, para avançar ainda mais numa agenda que discrimina a família. E mais: visando destruí-la, com a corrosão dos princípios e valores cristãos, que a defendem, por inteiro.
O ideário de gênero (mais uma expressão de idealismo totalmente irreal) proposto então pelo PNDH3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos, 3ª edição), e que se quer agora incluir no PNE (Plano Nacional de Educação), perverte a finalidade social das instituições nascidas para defender a pessoa daquilo que a despersonaliza. Com uma educação sexual assim, a escola se torna um lugar perigoso, um barril de pólvora que certamente irá explodir com danos sociais inimagináveis. Por isso, nos empenhamos no combate em favor da vida e da família, por uma escola que promova verdadeiramente a família como suporte do ser humano.
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Referências
[1] Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (PUC-RJ) e membro da Comissão em Defesa da Vida da Regional Sul I da CNBB.
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